Li jornal.
Mas minha insanidade mental não foi além do caderno de esportes de Folha de São Paulo. Afinal, esse é o meu limite para a observação da desgraça alheia e própria.
Que bela surpresa!
O texto de Tostão "Saudade, saudosismo, modernismo" talvez seja dos mais belos da crônica esportiva brasileira, o mesmo vem coroado por um grande Drummond, como que uma sphragís* temática da crônica:
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
*_*_*_*_*
*selo ou assinatura. Alguns poetas antigos propunham ao final de suas obras.
Para quem quiser ler a crônica integralmente, eis o link em O Povo, jornal cearense que disponibiliza o conteúdo:
http://www.opovo.com.br/opovo/colunas/tostao/754321.html