No primeiro semestre de 2008, a partir do dia 2 de abril, será oferecida a Disciplina de pós-graduação no programa de Letras Clássicas da FFLCH/USP: "Lendo imagens: a representação pública romana na República e no Império" (FLC5967).
Início: 2 de abril de 2008
Término: 25 de junho de 2008
Dia da semana: Quarta-feira
Horário: das 8:30 às 12:30
Local: Prédio das Ciências Sociais/Filosofia - FFLCH/USP
Docente: Prof. Dr. Paulo Martins
Docente: Prof. Dr. Paulo Martins
Inscrições
Alunos Especiais: 1 - 11 de Janeiro de 2008 (encerrada).
Alunos Regulares já matriculados anteriormente (http://www.fenix.usp.br/): 21 de Janeiro - 1 de Fevereiro de 2008.
Alunos Regulares já matriculados anteriormente (http://www.fenix.usp.br/): 21 de Janeiro - 1 de Fevereiro de 2008.
Alunos Regulares Ingressantes: 11 - 15 de Fevereiro de 2008 no serviço de Pós-graduação da FFLCH, no prédio da Administração da Faculdade.
Mais informações no serviço de Pós-graduação da FFLCH/USP.
Observação
Caso exista interesse em assistir ao curso como aluno-ouvinte, enviar e-mail para pamar62@yahoo.com.br, indicando qual é o interesse no curso.
Segue abaixo a apresentação do curso:
FLC5967 - Lendo Imagens - A Representação Pública Romana na República e no Império
Segue abaixo a apresentação do curso:
FLC5967 - Lendo Imagens - A Representação Pública Romana na República e no Império
I. Objetivos
O curso visa a considerar as práticas imagéticas e textuais como representações de personagens da história romana nos séculos I a.C. e I d.C.. Para tanto, parte da constituição de procedimentos retóricos e poéticos para o discurso verbal e da preceptiva pictórica e escultórica na Roma Republicana e Imperial para aferição do discurso não-verbal. Dada a escassez desta última, resgatar-se-á certa forma mentis romana a partir da consideração de um vocabulário imagético, que, como consuetudo e ius, delimita a recepção apta para esse tipo de linguagem, e daí, explorar-se o efeito produzido por essas representações, isto é, a recuperação das afecções da recepção e as finalidades dessas linguagens dentro do poder público constituído no período.
II. Justificativa
Como a interseção entre linguagens é hoje alvo de vários estudos nas mais diversas épocas e sociedades, é necessário que, num programa de pós-graduação em Letras Clássicas, se forme este tipo de reflexão interdisciplinar que atente para práticas artísticas dentro de uma visão mais eclética e geral, observando-se pontos comuns e divergentes dentro da perspectiva do uso das linguagens na sociedade clássica, mais especificamente, romana. Mais do que a simples aferição de procedimentos técnicos, é fundamental a recuperação das afecções que caracterizam a fruição das obras imagéticas e textuais, pois essa delimita certo tipo de público para o qual eram produzidos os textos imagéticos e verbais.
III. Conteúdo
1. Questões Metodológicas I: História literária e historia da arte. As marcas da descontinuidade das representações. A impossibilidade de existência de “o Clássico”:
a. Plínio, o velho – História Natural, Livros XXXIV, XXXV e XXXVI
b. Marcas da elocutio nas representações arcaica, clássica e helenística:
i. O geométrico
ii. As kórai e os kouroi
iii. O movimento clássico
iv. O cânone de Policleito
2. Questões Metodológicas II: Homologia entre o discurso verbal e visual: Uma doutrina.
a. Aristóteles: Arte Poética, Arte Retórica, Política
b. Platão: A República, O Sofista
b. Platão: A República, O Sofista
c. Cícero: O Orador, Sobre o orador, Sobre a invenção
d. Horácio: “Vt pictura Poesis”
e. Quintiliano: Instituições Oratórias, Livro XII.
f. Epicuristas, Estóicos e a segunda sofistica:
i. Lucrécio
ii. Marco Aurélio
iii. Hermógenes, o rétor
3. Realismo e Idealismo. Público e privado. Marcas da elocutio. Virtus e uitium:
a. A tradição itálica – Identidade entre modelo e representação
b. A tradição helênica – Ausência de modelo
4. A historiografia das “vidas”: Suetônio e Plutarco. A retórica epídititica:
a. Anônimo, Retórica a Herênio
b. Menandro, o retor, Dois Tratados de Retórica Epidítica
5. Éthos e páthos: Afecções. Disposição anímica: Phantasiai:
a. Aristóteles: Sobre a alma, Livro III.
b. A dicotomia entre alma e corpo. A fisionomia como reflexo da alma. Os tratados de Fisiognomonia.
6. A moeda como instrumento de propaganda política: a circulação do poder:
a. O meio circulante.
b. As oficinas e a cunhagem
c. Possibilidades de representação:
7. O passado como memória. O poder privado das máscaras mortuárias e o rito dos antepassados:
a. Políbio - História, Livro VI
b. A extensão do poder público ao domus. Os retratos de Fayoum.
c. Exempla como Argumentatio
8. O presente como poder. “Certa microfísica” do poder. Monumento e Documento.
a. Res Gestae Divi Augusti
b. A coluna de Trajano.
c. Colossum de Constantino.
9. O futuro como perpetuação das imagines: Ars longa. A representação dos Deuses:
a. Hinos Homéricos – Apolo e Zeus
b. Poesia Lírica - Afrodite
c. Elegíaca – Eros/Cupido/Amor
d. Priapéia Grega e Latina – Priapo
10. A divinização dos imperadores: Vita breuis. O deus como imperador e o imperador como deus. O Sublime.
a. Augusto/Júpiter do Hermitage
b. Augusto/Netuno do Museum of Fine Arts, Boston
c. Augusto/Apolo do Museu Arqueológico de Tessalônica e do Museu do Teatro Romano de Arles
d. Augusto em:
i. Propércio
ii. Horácio
iii. Virgílio – A Eneida, Canto, VI
iv. Ovídio
11. A parataxe e a hipotaxe na representação. Sintaxe das representações.
a. A táxis das tessarae nos mosaicos
b. A táxis dos mistos: A cobra Glikon. O Hermes-Thot. A Esfinge.
As Sereias.c. Homologia entre o Império Romano e Carolíngio. A sintaxe da “Cruz de Lotário”
i. Dispositio/táxis como argumentatio.
12. Euidentia e ekphrasis – Descriptio e narratio: Descritividade e narratividade
a. Homero - Ilíada
b. Virgílio - Eneida
c. Salústio – Conjuração de Catilina