quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mesas do IAC no Colóquio de Retórica em Mendoza/Argentina - Março de 2013


Primeira Mesa


MESA TEMÁTICA: EKPHRASIS TEORIA E PRÁXIS


ÁREA DE ESTUDIO PROPUESTA

Retórica de la imagen


Coordenada por Prof. Dr. Paulo Martins – Universidade de São Paulo

A mesa tem por objetivo encetar uma discussão sobre a teoria da ekphrasis e sua prática tendo em vista dois planos: um primeiro que resgata a sua doutrina (Cícero e nos progymnasmata) e um segundo que propõe duas aplicações. Neste último caso, a princípio, propomos primeiramente a apresentação da construção da ekphrasis, primeiro sendo observada a doutrina physiognômica do tratado latino De Physiogmonia Liber, de autoria desconhecida e no segundo caso, tendo em vista a autonomia do gênero ecfrástico em Filóstrato, o velho.


1. Ekphrasis e Egressio




MARTINS, Paulo
Doutor
USP - Universidade de São Paulo
IAC – Imagens da Antiguidade Clássica
E-mails: paulomar@usp.br
pamar62@yahoo.com.br


            A écfrase como procedimento retórico ou poético nominado é algo que ultrapassa o século I a.C. já que suas primeiras normatizações e/ou aplicações advêm-nos dos progymnasmata de Teón e Aftônio, afora naturalmente dos exercício que serão operados pelos rétores subsequentes. Fato é, entretanto, que o mecanismo tardiamente descrito pelos rétores já fora usado do ponto de vista prático, desde Homero, passando por Eurípides, circulando em textos helenísticos como os de Mosco de Siracusa, ou mesmo, em epigramas, ditos ecfrásticos, da Antologia Palatina e sendo reutilizados em Roma por Catulo, Cícero, Salústio, Virgílio, Propércio e outros.
Parece-me, entretanto, que afora o conceito de vividez (enárgeia), que é imperativo para a écfrase, o processo/mecanismo que écfrase encaminha sob o ponto de vista textual já era trabalhado e devidamente conceituado retoricamente pela digressio. Este procedimento retórico apresenta também uma pequena diferença, que advém da disposição deste em relação ao outro. Enquanto a digressio deve ser inserida no final do texto, produzindo uma recapitulação argumentativa; a écfrase , por sua vez, pode ser operada em qualquer momento, daí ser utilizada muitas vezes como uma antecipação vívida que traz aos olhos do juiz a causa que será defendida.


2. Ekphrasis, Etopeia e Physiognomonia



RODOLPHO, Melina
Mestre
USP - Universidade de São Paulo
IAC – Imagens da Antiguidade Clássica

            A écfrase é um procedimento descritivo retórico-poético bastante utilizado na Antiguidade, porém, sua teorização só ocorre com os Progymnásmata e a partir da segunda sofística;  ela permite o emprego de diversos mecanismos para tornar o discurso mais vívido, evidente.  Ela foi associada à descrição de obras de arte, já que em Filóstrato vemos as Ekphraseis descrevendo quadros, apesar de inexistentes. Assim, a écfrase permite a visualização da matéria tratada no discurso verbal, no entanto,  pode ser encontrada em diversos gêneros da poesia e da prosa. Considerando a écfrase como descrição detalhada, a etopeia, cuja finalidade é a representação do ethos, utiliza os recursos descritivos para construção de uma effigies ou simulacrum. Nosso objetivo é mostrar como o tratado De Physiognomonia Liber (século IV d.C.), de autoria desconhecida, nos apresenta um catálogo de ethe  que utilizam a etopeia.
            Essa discussão faz parte do estudo do tratado De Physiognomonia Liber, a partir de tradução própria para o português, compondo uma das pesquisas em andamento do grupo Imagens da Antiguidade Clássica que, por sua vez, analisa questões concernentes à relação entre imagem e textos antigos greco-latinos. A Autora é bolsista da CAPES.


                        3. Ekphrasis e enargeia em “Panteia”, Imagens de Filóstrato, o velho

                                                                       

Amato, Rosangela S. de Souza
Bacharel
USP – Universidade de São Paulo
IAC – Imagens da Antiguidade Clássica

Filóstrato, o velho, em Imagens, faz a descrição de uma pintura – imaginária –
que retrata Panteia morta sobre o corpo do marido.  Ele inicia a descrição dizendo que o pintor executou sua obra a partir do ethos da heroína retratado em Xenofonte, que não informava nenhum detalhe físico.  A imagem focaliza o momento da morte e logra obter grande vividez, mesmo descrevendo o corpo já sem vida  de Panteia.
Essa discussão procurará examinar os recursos retóricos utilizados pelo autor na obtenção de tal vividez.
O estudo faz parte da monografia Écfrase e phantasia: Filóstrato, o velho. Pintura e(m) palavras que propõe tradução e estudo dessa obra e será apresentada para obtenção do título de mestre em Letras Clássicas e compõe uma das pesquisas em andamento do grupo Imagens da Antiguidade Clássica que, por sua vez, analisa questões concernentes à relação entre imagem e textos antigos greco-latinos. A autora conta com bolsa da FAPESP.

    

Segunda Mesa



MESA TEMÁTICA: EKPHRASIS E HISTÓRIA 



ÁREA DE ESTUDIO PROPUESTA 

Retórica de la imagen


Coordenada pelo Prof. Dr. Paulo Martins – IAC/Universidade de São Paulo 


Esta mesa temática tem a finalidade de observar a construção ecfrástica de três objetos distintos, entretanto, afins sob a perspectiva de gênero: o historiográfico. A primeira comunicação visa à observação da construção da etopeia de Catilina em Salústio; a segunda, à construção do êthos de Aníbal em Tito Lívio; e o a última, à construção ética dos germanos sob o ponto de vista de Tácito em Germania.
Vê-se nos três casos que temos um ponto de vista observador não favorável a tese defendida já que há que se supor que Catilina, Aníbal e os Germanos não pertencem ao leque de alianças da República e do Império Romano. 

 1. Effigies Catilinae


MARTINS, Paulo Doutor 
USP - Universidade de São Paulo 
IAC – Imagens da Antiguidade Clássica 
E-mails: paulomar@usp.br 
pamar62@yahoo.com.br 

Meu propósito é analisar a effigies de Catilina em Salústio, tendo em vista as doutrinas sobre a digressão e sobre a écfrase em Cícero (Brutus, 82; De Oratore, 312; Partitiones Oratoriae, 36.128) e nos Progymnasmata (Teão, Ps. Hermógenes, Aftônio), respectivamente. A seleção destes textos retóricos é estabelecida sobre um critério temporal a fim de evitar um anacronismo analítico. Este texto trabalha os conceitos de digressão e écfrase, aplicados a obra historiográfica, no caso específico, à monografia histórica de Salústio, durante a República. Minha argumentação parte comparando os dois procedimentos que por vezes são muito próximos e, por fim, observando como são afeitos à argumentação.

2. Effigies Haniballis 


DIBBERN, Cynthia Helena Bacharel
USP - Universidade de São Paulo
IAC – Imagens da Antiguidade Clássica 
E-mails: cynthiadibbern@yahoo.com.br
cynthia.dibbern@usp.br

Esta comunicação compreende uma análise da construção do êthos do general cartaginês Aníbal na Terceira Década da obra de Tito Lívio. Dentre os diversos procedimentos retóricos utilizados pelo historiador para a criação de uma imago do inimigo romano, a écfrase de ações da personagem cumpre importante papel, ao evidenciar, principalmente, as virtudes militares do comandante, e simular para o leitor a experiência da visão dos acontecimentos. Mas o caráter do general é construído também por meio de etopeias, apresentadas ou pela voz do historiador ou pela de outras personagens, e ainda por meio do discursar do próprio comandante. O retrato resultante destas vozes, muitas vezes divergentes, é o de um general de grandes virtudes e grandes vícios, como a crueldade e perfídia. Com esta ambiguidade, Tito Lívio, além de questionar suas fontes, revela-nos dois aspectos importantes de sua obra: a associação entre conduta moral e destino da pátria, e assim os vícios de Aníbal justificariam a derrota cartaginesa; e o louvor a Roma, uma vez que engrandecer o inimigo é uma forma de elogiar àquele que foi capaz de vencê-lo. A pesquisadora é bolsista da FAPESP.


3. A imago germanorum na Germania de Tácito


FIEBIG, Henrique Verri Bacharel
USP – Universidade de São Paulo
IAC – Imagens da Antiguidade Clássica
E-mail: hverri@gmail.com

A Germania de Tácito é comumente classificada, quanto ao gênero literário, como uma monografia etnográfica, a qual pode ser tomada por um subgênero historiográfico, ou melhor ainda, por uma das formas que o gênero historiográfico assume no período que costumamos denominar “Antiguidade Clássica”. Sabe-se que, em tratados de retórica, o escrever da história é filiado ao gênero demonstrativo; ademais, que este gênero retórico utiliza-se da descrição de aspectos físicos e morais para a constituição de um êthos digno de louvor eu vitupério. Isto posto, pretendo apontar alguns dos artifícios retóricos utilizados por Tácito, os quais servem para construção de uma imago dos bárbaros germânicos. O Pesquisador é Bolsista da FAPESP

Hyperboreans


The University of São Paulo/Brazil (Ed.: Humanitas/CAPES/FAPESP) has published "Hyperboreans: Essays in Greek and Latin Poetry, Philosophy, Rhetoric and Linguistics". This book is organized by Paula Corrêa, Marcos Martinho, Alexandre P. Hasegawa, and José Marcos Macedo.


The Authors are: Douglas Gerber; Chris Carey; Elizabeth Irwin; Alberto Cavarzere; Alexandre Hasegawa; Lucia Saudelli; Martin Dinter; Maria Silvana Cilentano; Maria Alejandra Vitale; Charles Guérin; Daniel Rinaldi; Paulo Martins; Albert Rijksbaron; Harm Pinkster; Daniel Kölligan; Wolfgang D. C. de Melo.

domingo, 2 de setembro de 2012

Questões Poéticas em Roma


Curso de Pós-Graduação em Letras Clássicas - Primeiro Semestre de 2013


Universidade de São Paulo – PPG- Letras Clássicas
LATTIM – Laboratório de Tradução de Textos e Imagens
IAC – Imagens da Antiguidade Clássica
VerVe – Verbum Vertere



Primeira Parte:  entre 10 e 20 de março de 2013 (PREVISTO)
Concentrado em uma semana

Professor Kirk Freudenburg (Yale)


1. “Structures of Influence in Roman Poetry” (a general introduction to the week’s seminars, with special emphasis on the imperial logic of the Augustan poets’ deductum Carmen).
2. ‘Callimachean Refusals as Roman Poetry” (a study of the political theatrics of recusatio in Rome, with reference to the recusationes of the Augustan poets).
3. “Greek Irony among Roman Friends” (on Horace’s remaking of satire’s signature aggression).  Assigned readings to include: Horace Sermones 1.1, 2.8, Epistles 1.17, Catullus 1, 5 and 8.
4. “The Cinematography of Virgil’s Aeneid” (on the structuring and manipulation of vision in the Aeneid, with emphasis on the Roman ‘imperialist’ eye-view generated by certain scenes).
5. “Structures of the Self in Roman Epic” (on how tiny details of gestures made, clothing worn, protocols observed and assumptions made in Roman epic refer ‘intertextually’ to Greek poems and ‘interculturally’ to Roman practices).


Segunda Parte:  entre 29 de março e 9 de maio de 2013 (PREVISTO)
Encontros semanais


Professores Paulo Martins, João Angelo Oliva Neto e Alexandre Hasegawa


Dias Previstos: Março: 29; Abril: 4, 11, 18, 25 e Maio: 2 e 9.

6. “O epigrama como fundamento da elegia”. A primeira elegia latina. O jogo como necessidade poética.  A metapoesia. Questões relativas à prevalência temática da Elegia Romana.  (PM)
7. Visualidades épicas. Écfrase e Digressão. A dispositio da écfrase e o enredo da narrativa épica. Homero e Virgílio. O palácio de Alcino e O templo de Juno em Cartago. (PM)
8. Virtude e vício na composição das Sátiras de Horácio (sat. 1, 1; 1, 6; 2, 1) – (APH)
9. A aurea mediocritas no segundo livro das Odes de Horácio (Odes II, 1-10) – (APH)
10. "Catulo 64 ou a resposta antes da pergunta: épica e écfrase neotéricas". – (JAON)
11. "Catulo 22: um livro para ver". – (JAON)
12. “Propércio 2,12: digressão e écfrase”. Divisão do Livro 2 de Elegias. Antecipação e recapitulação. – (PM)

domingo, 1 de julho de 2012

Voltava Sexta à noite pra casa ouvindo "Raindrops keep fallin' on my head", então lembrei de Thelma e Louise. Mas não Lembrei de Butch Cassidy pela cena da Bicicleta, mas pela pela cena final. A solução final dos dois filmes é a mesma! O que acham?


Raindrops keep fallin' on my head
And just like the guy whose feet are too big for his bed
Nothin' seems to fit
Those raindrops are fallin' on my head, they keep fallin'

So I just did me some talkin' to the sun
And I said I didn't like the way he got things done
Sleepin' on the job
Those raindrops are fallin' on my head, they keep fallin'

But there's one thing I know
The blues they send to meet me won't defeat me
It won't be long till happiness steps up to greet me

Raindrops keep fallin' on my head
But that doesn't mean my eyes will soon be turnin' red
Cryin's not for me
'Cause I'm never gonna stop the rain by complainin'
Because I'm free
Nothin's worryin' me



quinta-feira, 15 de março de 2012

quarta-feira, 14 de março de 2012

Lançamento de Imagem e Poder




Livraria da Vila - LORENA

Al.Lorena, 1731

Dia 30 de Março de 2012

a partir de 18:30


AGUARDO A TODOS!








Colóquio Internacional: O Império Romano e suas províncias: a integração e seus limites

28-29 de março de 2012

Auditório do MASP, São Paulo


Dia 28 de março

09:00 – Abertura

09:30-10:30 – Mesa 1 – Império Romano e Integração

Guido Clemente (Florença) – O Império Romano hoje: novas e velhas perspectivas

Norberto Guarinello (USP) – Império Romano e Integração

Glaydson da Silva (UNIFESP) e Adilton Luis Martins (UNICAMP) – Império romano e imperialismos modernos

11:00-12:00 – Mesa 2 – Política e sociedade

Aloys Winterling (Berlim) – Política, Sociedade e a Integração do Império

Rafael Campos (UNIPAMPA) -– Tibério, Sejano, Capri: interferências nas dinâmicas de interação e influência política a partir do afastamento do Princeps da Cidade de Roma (26 - 31 d.C.)

Sarah Lino de Azevedo (UFOP) – Mulheres e política à época de Nero

12:30-14:30 – Almoço

14:30-16:00 – Mesa 3 – Economia e sociedade

Uiran da Silva (USP) – As irredutíveis revoltas do Império Romano tardio

Matheus Figuinha (Florença) – A constituição do patrimônio monástico na Gália dos séculos IV e V

José Knust (UFF) – Um passado romano para um presente capitalista: a Economia Romana em dois séculos de História Econômica

16:00-16:30 – Coffee break

16:30-18:00 – Mesa 4 – Unidade e diversidade religiosa

Robson Murilo Grando Della Torre (UNICAMP) – Pagãos e cristãos no principado de Constantino: Debates intelectuais e disputa política

Paulo Nogueira (Universidade Metodista) – A grandeza de Roma e o ódio a Roma: revolta social e oposição ao Império Romano no Judaísmo Antigo

Claudia Beltrão da Rosa (UNIRIO) – Animus damni uitandi: em busca da religião pública romana

Dia 29 de março

09:30-11:00 – Mesa 5 – A diversidade provincial

Gilberto da Silva Francisco (USP) – Ânforas panatenaicas do período romano

Sônia Rebel (UFF) – Apuleio de Madaura: um erudito entre a diversidade provincial e a integração imperial

Fábio Morales (PUCCAMP) – A formação da "Atenas Romana": evergetismo e modos de integração (séculos II e I a. C.)

11:00-12:30 – Mesa 6 – A problemática da Romanização e seus limites

Alessandro Teatini (Sassari) – Roma e as províncias do império. Conquista e romanização, a evidência da cultura artística e da documentação arqueológica

Pedro Paulo Funari (UNICAMP) e Renata Garraffoni (UFPR) – Discutindo a Aculturação como modelo interpretativo: A Romanização como um estudo de caso

Bruno dos Santos Silva (USP) – Romanização ou integração? O papel de Roma nas transformações da Ibéria e da Gália

12:30-14:30 – Almoço

14:30-16:20 – Mesa 7 – Uma cultura imperial?

Paolo Liverani (Florença) – Arte e política no império romano

Paulo Martins (USP) – Imagines romanas: cultura e poder

Ivana Lopes Teixeira (USP) – A cultura imperial sob o olhar de Plínio, o Antigo, a partir da História Natural

Luiz Marques (UNICAMP) – Os anos 130-300 e a noção de coordenadas mentais

16:30 – Encerramento

Carlos Machado (UNIFESP)
Fábio Duarte Joly (UFOP)
Guido Clemente (Florença)




Comissão organizadora:

Carlos Machado (UNIFESP)
Fábio Duarte Joly (UFOP)
Guido Clemente (Florença)
Norberto Guarinello (USP)
Paulo Portella (MASP)

Apoio:

Instituto Italiano de Cultura – São Paulo
MASP
Programa de Pós-Graduação em História – USP
Laboratório de Estudos sobre o Império Romano e o Mediterrâneo Antigo - USP
UFOP
UNIFESP
Universidade de Florença
Universidade de Sassari

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Colloquium Aspects of Rhetoric at King's College London

Apresentei meu texto Constructing Cicero em sua versão reduzida, bem... A introdução era:


Homologies between verbal discourses and non-verbal imagines are frequent in Classical Antiquity. Among the ancients, paintings and sculptures were quite frequently displaced from their primary function of visual fruition, in order to compose homologies either with poetry or with prose.

Regarding poetry, Simonides of Ceos, via Plutarch[1], is a reference, and Horace[2] turned into a canon the maxim: “ut pictura poesis”. Aristotle[3], in the Poetics[4], establishes similarities between painting and poetry and between poets and painters in order to analyze poetry, and in the Politics[5], he considers the relation between painting and poetry as a determining factor in children’s education.

Thus, he treats of the paintings of Pauson, Polignotus, Dionysius and Zeuxis. Quintilian, in his turn, despite the genre difference between his Institutio Oratoria and the Aristotelian doctrines, also includes the knowledge of figurative arts as a key element in the orator’s education.

This paper intends to discuss a homology elaborated by Cicero in the De Inventione, Book II, which concerns the relation between his rhetorical project and a painting by Zeuxis. This discussion seems appropriate, since any point made in respect to the issues concerning this homology sounds impressionistic or imprecise, and even problematic, as the term of comparison to Cicero’s work do not exist anymore.

Thus, I intend to interpret Cicero’s auctoritas as a preceptor, according to the homologies he proposes concerning the elaboration of his doctrines in his De Inventione, taking into consideration the type of painting produced by Zeuxis, revising the material culture of that period and observing textual references about it.

Since this work was conceived in his youth, the auctor Cicero would lack the authority necessary to confirm his arguments. In this sense, by extension, he borrows Zeuxis’ authority in order to compose his persona docta, so that, in this treatise, he becomes a painter and his painting is his project of Ars bene dicendi.



[1] Plu., Ath.Gl., 306F.

[2] Hor., Ars, 361 e ss

[3] Cf. Martins (2008:75)

[4] Arist., Po., 1448a; 1450a; 1461b

[5] Arist., Pol., 1340a.


sábado, 7 de janeiro de 2012

Na praça... Comprem, Leiam e Reclamem!




Este livro trata de um aspecto decisivo na política: investiga as relações entre o que as coisas são e o que as pessoas entendem que as coisas são. Estuda algo fundamental, portanto: a aparência das coisas. Criar uma aparência para uma mensagem política e difundi-la para que possa ser reconhecida é um grande desafio. Seu contrário também é decisivo: se algum fato se reveste de aparência que não se mostra adequada, deve ser rejeitado. Este é o caso proverbial da “mulher de César”. Compreender a política, assim, se liga a estudar as imagens, em decifrar uerba e facta e as distâncias que se colocam entre eles e as aproximações que se podem promover entre esses dois universos. Este livro se dedica a estudar uma particular e marcante articulação de imagens visuais e literárias em torno de um projeto de poder. O autor, Paulo Martins, coletou textos e imagens (preservados em artefatos que estão dispersos pelo mundo afora) e propôs, a partir deles, uma leitura complexa e original deste fenômeno.


Fábio Faversani da Universidade Federal de Ouro Preto




Este livro consiste numa instigante investigação dos discursos imagéticos e textuais, construídos em torno de uma ideia de poder, e cujo intuito é justamente trazer alguma luz que propicie o aclaramento de tais códigos, em especial daqueles destinados a compor, propagar e sustentar a aura de potência, justiça, mérito, e logo, a fides política do princeps Otaviano, ou seja, sua capacidade de persuasão coletiva, que levará seus correligionários e concidadãos a considerá-lo único em seu tempo, a ponto de que ele, com isso, obtivesse uma atmosfera favorável à concentração do poder que caracterizará o projeto do primeiro Principado efetivo, bem como ao ato que levou o Senado a proclamá-lo, estando ele ainda vivo, o primeiro Augustus – o provedor (da pátria) – em 27 a.C.
João Batista Toledo Prado
Da Unesp/FCLAr