domingo, 10 de agosto de 2008

ATLÂNTIDA - PEQUENA HISTÓRIA DE UM MITO PLATÔNICO


AUTOR: VIDAL-NAQUET, PIERRE

SINOPSE:

Este livro explora as origens do mito da Atlântida, com Platão, e seus desdobramentos na Antiguidade greco-romana e bizantina, na Renascença e na Idade Moderna. Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em mutação. Vidal-Naquet mostra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época.

ORELHAS:

Pierre Vidal-Naquet, o grande historiador francês do último meio século, volta-se, em Atlântida, para esse mito secular e persistente na História do ocidente. Surgida como uma historieta, em Platão (424-347 a.C.), Atlântida teve uma trajetória insuspeitada pelo filósofo grego e tornou-se um tema recorrente nos séculos posteriores. Já na Antigüidade, foi retomada por autores gregos e latinos, mas foram os modernos que contribuíram para difundir uma miríade de interpretações da misteriosa ilha. Com a chegada dos europeus à América, multiplicaram-se as imagens. O Iluminismo irá debruçar-se sobre o mundo, e Atlântida também serviu para contestar a visão histórica cristã. Desta forma, um mito esteve a serviço da ciência. À luz da Guerra do Peloponeso, de Tucídides (século V a.C.), a leitura de Platão pôde mostrar a sofisticação de uma interpretação política do mito. Era da vida política que tratava Atlântida, uma metáfora das relações de poder. A grande virada aconteceu no final do século XVIII e na primeira metade do século XIX, que resultaria na transformação da atlantomania de mito em romance. O nacionalismo não hesitaria em abusar da ilha imaginária e mesmo o nazismo fez uso pseudocientífico de Atlântida, para os fins mais opressivos. Vidal-Naquet consegue uma proeza pouco comum: ser erudito e agradável, mostrar domínio da História antiga, moderna e contemporânea, analisar documentos e esclarecer suas conexões com a política e o imaginário social. Apresenta, ainda, um conjunto fascinante de imagens, assim como passagens de inúmeros autores, traduzidos e comentados. As percepções populares mesclam-se às abordagens científicas, em um caleidoscópio original e sempre em mutação. Vidal-Naquet mostra, de forma magistral, como se formam os mitos e como continuam a ocupar lugar de destaque em nossa época.

Pedro Paulo A. Funari

Professor-titular do Departamento de História da Unicamp

coordenador do Núcleo de Estudos Estratégicos (NEE/Unicamp)

Quarta capa:

"Um dos maiores intelectuais franceses de nosso tempo". Jean-Pierre Vernant "Colocando de lado todos os delírios, Pierre Vidal-Naquet devolve a Platão seu mito da Atlântida" Lire "Um dos fundadores da nova escola francesa de história da Antigüidade grega" The Independent Sobre o autor Pierre Emmanuel Vidal-Naquet (1930 -2006) foi professor da École des Hautes Études en Sciences Sociales e diretor do Centre Louis Gernet, fundado por Jean-Pierre Vernant. Escreveu inúmeras obras sobre a Grécia antiga e sobre História contemporânea, em especial sobre a guerra da Argélia e sobre o revisionismo.

SUMÁRIO:

Agradecimentos

Introdução

1 No princípio era Platão

2 Antigas Atlântidas

3 O retorno dos atlantes (1485-1710)

4 Luzes da Atlântida (1680-1786)

5 A grande virada (1786-1841)

6 É necessário que a nação seja aberta ou fechada

7 Interlúdio: notas sem música

8 A água, a terra e os sonhos

Referências bibliográficas

Índice onomástico

Apêndices