[i] Herói da Ilíada, conhecido por suas habilidades médicas, mais tarde elevado à condição de deus da medicina.
Espaço dedicado às letras e às artes, especialmente e não exclusivamente do mundo greco-romano antigo. Paulo Martins - IAC/PPGLC/USP
segunda-feira, 30 de junho de 2008
A Cobra Glikon
[i] Herói da Ilíada, conhecido por suas habilidades médicas, mais tarde elevado à condição de deus da medicina.
sábado, 28 de junho de 2008
João Angelo em Lendo Imagens
Por que achas que meninas querem vara, mesmode madeira, e me beijam bem no meio?Nem áugure é preciso: "em mim", disse uma delas,"vai ter uso perfeito a tosca vara".
Paulo Martins
ESPECIAL PARA FOLHA
25/08/1996
*FLÁVIO RIBEIRO DE OLIVEIRA é professor de língua e literatura gregas na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
FALO NO JARDIM - PRIAPÉIA GREGA, PRIAPÉIA LATINA
Organização e tradução: João Angelo Oliva Neto
Editora: Unicamp/Ateliê (tel. 0/ xx/11/4612-9666)
Quanto: R$ 90 (428 págs.)
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Nova Coletânea de Novelas Gregas Antigas
Exposição sobre Adriano - The British Museum
Hadrian: Empire and Conflit
http://www.britishmuseum.org/whats_on/future_exhibitions/hadrian.aspx
Opens 24 July
Ruling an empire that comprised much of Europe, northern Africa and the Middle East, Hadrian was a capable and, at times, ruthless military leader. He realigned borders and quashed revolt, stabilising a territory critically overstretched by his predecessor, Trajan.
Hadrian had a great passion for architecture and Greek culture. His extensive building programme included the Pantheon in Rome, his villa in Tivoli and the city of Antinoopolis, which he founded and named after his male lover Antinous.
This unprecedented exhibition will provide fresh insight into the sharp contradictions of Hadrian’s character and challenges faced during his reign.
Objects from 28 museums worldwide and finds from recent excavations will be shown together for the first time to reassess his legacy, which remains strikingly relevant today.
Hadrian: Empire and Conflict catalogue by Thorsten Opper. This book is a great companion to the exhibition. £40 hardback, £25 paperback.
sábado, 21 de junho de 2008
Armas e Varões
segunda-feira, 16 de junho de 2008
Biquíni Antigo
Talvez, a presença dessas imagens no final do século III ou início do IV d.C venha a produzir alguma reflexão acerca da liberalidade em relação ao corpo no mundo antigo greco-romano.
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No sítio oficial do sítio arqueológico tem-se o seguinte texto:
Presentazione di Iside Castagnola
"Ci sono luoghi per la storia, dove il tempo ha segnato la sua voce, la verità il suo enigma, nel cuore del mediterraneo, a Piazza Armerina nella dolce valle del casale, maestranze, ispirate scrissero, con la pietra, il testamento di tutta l'umanità classica mentre il vento del tempo, seppelliva le sue spoglie, apparì sulle tessere dei mosaici un racconto musivo, che aveva cucito l'eco di infiniti giorni per comporre le sembianze di memoria e cantare ai posteri il cunto, di Ulisse, di Ambrosia, il cunto della caccia e della vendemmia, il cunto dei giganti e quello dell'impero senza dimenticare mai il destino, umano, che nelle sue opere più significative rimane un mistero...."
La Villa Romana del Casale fu costruita tra la fine del sec. III e l'inizio del sec. IV d.C., nell'ambito di un sistema di latifondi appartenenti a potenti famiglie romane, che vi si recavano a caccia o in vacanza. Alcuni studiosi suppongono che la villa fosse appartenuta ad una personalità altolocata della gerarchia dell'Impero Romano (un Console), mentre altri sostengono che la villa sia appartenuta all'Imperatore M. Valerio Massimiano, detto Herculeos Victor.
Abitata anche in eta' araba, la villa fu parzialmente distrutta dai normanni, in seguito, una valanga di fango, provenienti dal monte Mangone, che la sovrasta, la coprì quasi totalmente.
Le prime campagne di scavo a livello scientifico, promosse dal Comune di Piazza Armerina, furono eseguite nell'anno 1881. Gli scavi furono ripresi nel 1935 fino al 1939, ed infine, con l'intervento della Regione Siciliana negli anni 50, fu portato completamente alla luce l'intero complesso, grazie all'opera dell'archeologo Vinicio Gentili.
La morfologia del terreno ha determinato la planimetria molto articolata della villa: vi si possono distinguere una parte residenziale intorno al grande peristilio centrale su cui si affaccia anche la basilica, una zona di rappresentanza con il peristilio ellittico (Xistus) e la grande sala trilobata (Triclinio), il complesso delle terme dal movimentato impianto planimetrico. Il cortile-porticato d'ingresso, a pianta irregolare, funge da cerniera tra queste tre parti. I mosaici furono realizzati da diversi gruppi di maestranze nordafricane che mediavano eredità alessandrine e tendenze siriache.
Ciò che più piacerà ai visitatori, senza dubbio, sono i magnifici mosaici del pavimento, in tutte le sale, che sono di una ricchezza e di una varietà tale che non ci sono paragoni nel mondo.Sebbene niente possa dare un'idea compiuta della mirabile decorazione musiva di questa fantastica, singolare, misteriosa villa, consapevoli che non si può rendere con parole ciò che può essere gioia solo attraverso gli occhi, vogliamo tuttavia offrire al visitatore la descrizione e una chiave di comprensione dell'immenso tappeto di mosaici pavimentali che ne fanno una gemma inestimabile nella storia dell'arte.
(http://www.villaromanadelcasale.it/)
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Alguma Bibliografia
Luciano Catullo and Gail Mitchell. The Ancient Roman Villa of Casale at Piazza Armerina: Past and Present. 2000.
R. J. A. Wilson: Piazza Armerina, Granada Verlag: London 1983.
A. Carandini - A. Ricci - M. de Vos, Filosofiana, The villa of Piazza Armerina. The image of a Roman aristocrat at the time of Constantine, Palermo 1982.
S. Settis, "Per l'interpretazione di Piazza Armerina", in Mélanges de l'Ecole Française de Rome. Antiquité 87, 1975, 2, pp. 873-994.
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Ius Imaginum - Direito de Imagens
Há uma passagem em Políbio (Livro VI, 53-54) que me parece bem interessante. Ela trata da utilidade, da finalidade de imagines mortuárias romanas. Tais esculturas fúnebres, apoiadas nas informações de Políbio, apontam para duas reflexões interessantes.
A segunda diz respeito à circulação dessas. Se, de um lado, são essencialmente privadas, pois devem ser reverenciadas no âmbito do domus (no columbarium), por outro lado, extrapolam essa privacidade ao serem expostas sistematicamente nos funerais junto aos rostros do fórum por ocasião da morte de um patrício pertencente a um determinada gens.
Columbarium II de Vigna Codini na Via Latina
sexta-feira, 6 de junho de 2008
Vt Pictura Poesis II
Por outro lado, o atento crítico literário pode também vislumbrar em sua exegese os contornos de um texto, os comparando com uma técnica pictórica. Não é de outra maneira, por exemplo, que Haroldo de Campos em sua introdução às Memórias Sentimentais de João Miramar de Oswald de Andrade nos informa: "É bem possível que a influencia primordial na prosa de Oswald – um visual por excelência – seja ainda, para além da assimilação da teoria e da prática futurista, a transposição imediata de suas descobertas pictóricas nas exposições de Paris Como explicar, de outra forma, o cubo-futurismo de tantos trechos do Miramar”.
Destarte, pode-se afirmar que a pintura não só auxilia na qualificação de um determinado texto pelo crítico, mas, também, pode engendrar uma escritura, com a aplicação de suas técnicas específicas pelo autor. Assim a relação entre a pintura e o texto está determinada por uma "dupla-mão", uma que nasce da observação da pintura pelo crítico que a aplica em sua análise Literária e outra que vem da observação da pintura pelo autor e que o leva a transformá-la em texto.
Seria uma tolice, por outro lado, se pensar que essa indene ligação fosse um fenômeno da belle époque, ou de um modernismo radical naquele texto representado tanto pela critica de HC como pelo citado romance de Oswald de Andrade, como poderia inferir o leitor mais incauto.
A especulação acerca dessa complementaridade ou homologia, pintura-textos, remonta à época de Semônides na Grécia arcaica e percorreu toda Antigüidade Clássica, estando em todos os tempos presente nas palavras dos poetas e dos retores nas preceptivas.
Um bom exemplo clássico da operação com o retrato literário é a obra historiográfica de Salústio, A Conjuração de Catilina, pois lá se observam pelo menos quatro imagens que seguem a proposta retórica da enargia. Entretanto, seria impossível expor tais visões do retrato em Salústio, sem antes, se fazer uma breve exposição do quadro geral da preceptiva retórica, pois que esclarecesse principalmente as questões concernentes ao gênero e sua respectiva invenção.
Como foi dito, daquilo que se pode chamar retrato, qual seja, uma descrição precisa dos caracteres físicos, morais e éticos de uma personagem, nas monografias de Salústio, pode-se encontrar pelo menos quatro significativos: O retrato de Catilina, o de Semprônia, esposa de D. Júnio Bruto, e o de Júlio César e de Catão de Útica.
Tais descrições, retoricamente, se enquadram, quanto ao gênero do discurso, no epidítico, pois, como transmite a norma aristotélica, esse gênero é aquele que sempre trabalha uma situação pressuposta como res certa no presente, atribuindo-lhe vitupérios ou elogios. Esse ato de se encontrar pensamentos (res) adequados (aptum) conforme o interesse do partido representado dá-se o nome de inuentio. Tais pensamentos, porém, devem ser entendidos como instrumentos intelectuais e afetivos que se concretizam pelas palavras para que se obtenha êxito na argumentação.
Assim, Salústio, seguindo a preceptiva do gênero demonstrativo, atribuiu às personagens vitupérios ou elogios quando tais categorias se lhe pareciam oportunas dentro da propositura de monografia. A Retórica a Herênio nos informa a respeito de tal procedimento, ao propor a invenção nesse genus: "Quoniam haec causa diuitur in laudem et uituperationem, quibus ex rebus laudem constituerimus, ex contrariis rebus erit uituperatio comparata. Laus igitur esse rerum externarum, corporis, animi. Rerum externarum sunt ea. quae casu aut fortuna secunda aut aduersa accidere possunt: genus, educatio, diuitiae, potestates, gloriae, ciuitas, amicitia, et quae huiusmodi sunt et qua his contraria. Corporis sunt.ea quae natura corpori attribuit commoda aut incommoda: uelocitas, uires, dignitas, ualetudo, et quae contraria sunt. Animi sunt ea. quae consilio et cogitatione nostra constant: prudentia, iustitia, fortitudo, modestia, et quae contraria sunt."
Convém lembrar que a crítica de estudos clássicos, em sua maior parte, afirma que tais retratos primam pela riqueza dos caracteres psicológicos pintados pelo autor, contudo, parece que tal afirmação soa um tanto anacrônica uma vez que as categorias psicológicas, ao tempo de Salústio, ainda não haviam sido formuladas, ou seja, a psicologia, a época de César, não existia, enquanto disciplina capaz de fornecer algum subsidio de análise. Desse modo, seria mais conveniente dizer que a riqueza de tal procedimento retórico, na verdade, está no estabelecimento do "éthos" das personagens e não de sua "psique", freudianamente falando.
Quintiliano, por sua vez, nos esclarece que as qualidades que devem ser louvadas ou vituperadas no discurso demonstrativo são as do espirito, do corpo e as dos bens da fortuna, sendo que as últimas, em todos os casos, são as menos importantes. Quanto as qualidades do espírito, afirma que são sempre verdadeiras e o orador, ao tratá-las, deve seguir uma cronologia partindo, inicialmente, da tenra infância, falando da índole e mais tarde, as aplicações dessa naquilo que o elogiado faz ou obra, naquilo que diz ou pensa, exaltando, então, as virtudes da temperança, da justiça e da fortaleza e suas ações correspondentes.
Das ações que se devem exaltar, Quintiliano propõe: atos que o homem faz por si, naqueles em que foi o primeiro, em que houve poucos que o seguissem, aqueles que excederam a esperança, os que foram imprevistos e, por fim, os que foram em utilidade dos outros do que em utilidade própria. Isso que os retores latinos estabelecem como decoroso acerca da invenção no gênero epidítico, Salústio segue. A Retórica a Herênio indica que são três as categorias, como foi visto, que o orador deve tratar em seu discurso aquilo que é relativo à alma, ao corpo e às coisas externas.
Salústio inicia o retrato de Catilina: nobre quanto ao nascimento (coisas externas), forsa de alma (alma) e, por fim, força de corpo (corpo). Por outro lado, Quintiliano esclarece: "quodque ante eos fuit quoque ipsi uixerunt qui fat;o sunt functi etiam quod est insectum." Por sua vez, o pintor afirma quanto ao protagonista da Conjuração: "Huic ab aduiescentia bella intestina, caedes, rapinae, discordia ciuile grat;a fuere, ibique iuuentutem suam exercitauit."
Poder-se-ia pensar que o historiador, por construir o discurso do retrato, epidítico por excelência, sob o viés do vitupério, poderia, pois, estar construindo uma sátira uma vez que tal gênero ''literário'', muita vez, adere a esse procedimento, estabelecendo assim uma crítica moral, ética ou mesmo, religiosa.
Um prefácio de um estudo sobre a sátira barroca daquele a quern chamamos Gregório de Matos Guerra, adverte que: "São cinco as divisões do livro, da retórica as partes são cinco. Cuida o livro da Sátira, logo, do vitupério." Tal comentário de Leon Kossovich para o livro de J. A. Hansen poderia engendrar um pensamento, qual seja, de que tudo quanto vitupério fosse, retoricamente, sátira seria. Isso não é verdadeiro, pelo menos, no discurso demonstrativo de Salústio. Os vitupérios são cortantes e indicam um éthos negativo no que concerne à imagem ética do protagonista que atinge aquilo que Quintiliano propugna como mais verdadeiro; contudo, o autor não poupa elogios relativos ao corpo e às coisas externas, essa última, segundo a norma, a menos importante das "res" a serem louvadas.
Catilina, apesar de vituperado, vítima de um invectivador, certamente menos mordaz que Cícero, também não escapa dos inúmeros elogios de Salústio: sua origem patrícia, sua força de alma e de corpo, capaz de suportar fome, frio e insônia e, por último, muito eloqüente. Então, apesar dos vitupérios, em quantidade e qualidade, superarem aos elogios, esses, ainda assim não são poucos tal desenho poderia determinar uma certa imparcialidade de Salústio no que tange a figura histórica de Catilina, porém, o pincelar nebuloso do retrato erigido torna pouco determinável a intenção do autor.
terça-feira, 3 de junho de 2008
1 ano na rede - Letras & Artes - Mais um balanço
No dia 8 de junho de 2008, fará 1 ano que o Blog Letras & Artes está no ar. Nesse ano de atividades, tivemos 13.458 visitas (até dia 3 de junho de 2008) com 58 postagens. A partir do dia 26 de dezembro de 2007, foi também possível contabilizar geograficamente 6393 visitas:
794 cidades diferentes
86,63% - Brasil
10,19% - Portugal
3,18% - Outros Países
Entre as cidades que mais acessaram o blog temos:
No Brasil:
São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Salvador, Fortaleza, Campinas, Goiania, Florianópolis, Vitória e Niterói
Em Portugal:
Lisboa, Porto, Coimbra, Amadora, Funchal, Barreiro, Alvaro, Braga, Odivelas, Aveiro.
Entre os países à exceção do Brasil (5526) e de Portugal (650), temos em ordem decrescente de visitas os seguintes números:
- Estados Unidos (82),
- Itália (19),
- Espanha (18),
- França (11),
- Moçambique (11),
- Alemanha (10),
- Grã-Bretanha (7),
- Suiça (5),
- Argentina (5),
- México (4),
- Bélgica (4),
- Canadá (4),
- Japão (3),
- Comunidade Européia (3),
- Cabo Verde (3),
- Chile (3),
- Peru (2),
- Porto Rico (2),
- Rússia (2),
- Quênia (1),
- Holanda (1),
- Romênia (1),
- Guatemala (1),
- Israel (1),
- Polônia (1),
- Suécia (1),
- Bangladeche (1),
- El Salvador (1),
- Índia (1),
- Luxemburgo (1),
- Bolívia (1),
- Croácia (1),
- Coréia (1),
- Tailândia (1),
- República Tcheca (1),
- Grécia (1),
- Emirados Árabes (1)
domingo, 1 de junho de 2008
Palavra Peregrina
Paulo Martins
Desde muito tempo, pessoas ligadas às letras e à história debruçam-se sobre a questão do barroco. Estilo? Concepção artística? Prática letrada? Corrupção, deformidade, contrapartida, degeneração do clássico? Excesso? Tendência estética? Volúpia? Tormento? Sensualidade? Atitude, modo de governar, de agir? Referências ao termo multiplicam-se com o passar do tempo, e a etiqueta pregada ao conceito, que interessantemente é posterior ao tempo de sua prática, avoluma as possibilidades de conceituação daquela prática artística, temporalmente circunscrita aos séculos XVII e XVIII, que, em certos aspectos, se distancia do tipo de produção do renascimento e, noutros, se filia.
Ademais, Palavra Peregrina é um ótimo nome, pois associa arqueologia do conceito à peculiaridade característica de práticas artísticas (barrocas), que utilizam da construção da metáfora como marca distintiva de engenho e, ainda, salienta a idéia de percurso e desenvolvimento contínuo, fato essencial para o mundo do conhecimento.