Espaço dedicado às letras e às artes, especialmente e não exclusivamente do mundo greco-romano antigo. Paulo Martins - IAC/PPGLC/USP
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
20.000
que o Blog Letras & Artes chegou
à marca de 20.000
acessos, às 18:36h do
dia 29 de agosto de 2008,
a contar de 08/06/2007.
Marco Aurélio: Nova Descoberta Arqueológica na Turquia
Arqueólogos desenterraram na Turquia partes de uma estátua gigante do imperador romano Marco Aurélio.
Os especialistas encontraram a cabeça, o braço direito e partes inferiores das pernas da estátua em um sítio arqueológico na antiga cidade de Sagalassos, no sudoeste do país.
Foi no mesmo local que a equipe liderada pelo arqueólogo Marc Waelkens, da Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, encontrou, há pouco mais de duas semanas, a cabeça de uma estátua da imperatriz Faustina, a Velha.
No ano passado, os arqueólogos já haviam encontrado em Sagalassos uma estátua gigante do imperado Adriano.
Os pesquisadores acreditam que o local onde as estátuas estavam reunidas era provavelmente um frigidário, uma sala enorme com uma piscina de água fria, onde romanos se banhavam após mergulhar nas termas.
O sítio arqueológico faz parte de um complexo de termas romanas que está sendo cuidadosamente escavado pelos especialistas há 12 anos. O local teria sido atingido por um terremoto entre os anos 540 e 620 d.C., destruindo muitas estátuas.
Os fragmentos da estátua de Marco Aurélio começaram a ser desenterrados no dia 20 de agosto, quando os arqueólogos encontraram um par de pernas quebradas na altura do joelho. Em seguida, acharam um braço direito com 1,5 metro de comprimento, cuja mão segurava um globo terrestre.
Mas foi ao encontrar a enorme cabeça de mármore que os pesquisadores identificaram a estátua como sendo de Marco Aurélio.
Marc Waelkens disse que a peça é uma das reproduções mais fiéis do imperador, que reinou do ano 161 d.C a 180d.C.
Marco Aurélio é lembrado por suas escrituras e já chegou a ser considerado mais como "um filósofo do que um soldado".
Mas apesar de sua paixão por filosofia, ele passou boa parte de seu reinado lutando contra tribos germânicas ao longo do rio Danúbio, na Áustria, onde morreu em 180 d.C.
Em 2000, o ator Richard Harris fez o papel de Marco Aurélio no filme O Gladiador.
Junto com Nerva, Trajano, Adriano e Antonio Pio, Marco Aurélio foi um dos "Cinco Bons Imperadores" de Roma.
Em geral, as administrações desses imperadores foi marcada por relativa paz e prosperidade política, militar e econômica.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Hora e Vez do Choro Olímpico
Píndaro
Os Jogos são a dimensão humana dos deuses. Neles, nos jogos, os homens sonham atingir os limites humanos e, se possível, superá-los, emulando com próprios deuses. Esses, sim, capazes de realizar tarefas inimagináveis. “Mais alto, mais forte e mais rápido” (altius, fortius, citius), lema olímpico, cunhado por Henri Martin já na modernidade, impõe aos atletas olímpicos uma responsabilidade superlativa.
A atual medalha olímpica comporta a deusa Vitória, em grego Niké – note-se o acento agudo no “e”, o que a distancia da “marca”, para não dizer, do real símbolo moderno dos Jogos. Ela, a Vitória, em sua representação antiga e mais comum era conduzida por Palas Atena, a deusa da sabedoria, da guerra, do discernimento... Sua antípoda era Týche, divindade do Acaso, do Inelutável, daquilo que não depende de nós e apenas, da espera, da possibilidade ... do “quem sabe?”. Ela portava uma cornucópia e um timão que simbolizavam ao mesmo tempo, a fartura e a condução da vida humana, respectivamente. Não por acaso tinha seus olhos vendados, pois seus desígnios eram distribuídos aleatoriamente.
Niké de Éfeso
Assistindo, como boa parte dos brasileiros, aos Jogos Olímpicos de Pequim e ao seu final, notei que o Brasil não é profícuo em atletas regidos pela deusa parceira da sabedoria, antes são norteados pelas benesses de Týche. Foi assim com Jade, Hypolito, Murer, Derly e Larissa. Assim também, com o basquete feminino que joga só bem, mas não vence, com o Vai Thiago, que só vai no Brasil, com o handball, com o salto triplo de Jardel, com a calamidade institucional do boxe olímpico e do levantamento de peso. Não me venham dizer que estar nas quartas ou oitavas de final é bom ou que o que interessa é competir..., pois, ao atleta, que é considerado "de alto rendimento", o que realmente vale é o pódio.
A triste queda de Hypolito - Foto de Marcelo Pereira/Terra
Mas por que somos regidos pelo Acaso, por Týche? A resposta é imediata. Não há sabedoria esportiva no Brasil. De um lado, para sermos vencedores e, portanto, ligados a Niké, necessitamos de atitude de vencedores e essa não nasce conosco, ela deve ser cultivada e cultuada e, para isso, os exemplos se avolumam a cada Olimpíada, basta olharmos para Phelps, para Bolt, para Cielo... De outro, precisamos de gestores esportivos que realmente desejem que os atletas sejam vencedores e não eles mesmos, os ganhadores. Necessitamos de uma política de esporte e não de políticos no esporte. Não precisamos de Nuzmans, de Orlandos, de Teixeiras, aliás, não lhes queremos. Do que precisamos e o que queremos? Escolas públicas de ensino fundamental e médio que garantam a prática sistemática do esporte. Espaços públicos dedicados a ele e para todos que o desejem.
Týche
Jade: duas quedas - Foto: Marcelo Pereira/Terra
Note-se que em alguns esportes isso já acontece. Não há como negar que nossa tendência à Vitória no vôlei masculino e feminino (indoor ou areia) e, a partir dessa Olimpíada, no Cielo que não é do Brasil, é dos Cielo, no futebol feminino que contra todos (con)vence, no Scheidt, o amigo dos ventos, na Maggi, de pés alados, e de outros poucos que aprenderam a ser devotos da deusa que interessa e dar pouca atenção àqueles que querem usar seus feitos para promoção política e econômica.
Maggi de pés alados - Foto: Marcelo Pereira/Terra
Cielo dos Cielos - Foto: Getty Images
Não quero aqui desmerecer o trabalho, o esforço, a dedicação de todos esses atletas brasileiros, antes desejo externar que a expectativa criada em torno deles é desmesurada se observadas as reais condições de suas habilidades no concerto mundial dos esportes. Digo que parte da mídia, mormente a Vênus prateada, é campeã em “vender” certa possibilidade de desempenho que não corresponde à realidade concreta. Digo que certos atletas, mesmo com condições de desempenhar bom papel, não são formados dentro de uma cultura vencedora. Digo que a cartolagem e os governantes não estão preocupados com o esporte de base. E diante disso, no Brasil, não somos regidos por Niké, mas por Týche.
As Bucólicas de Virgílio
bucolicis iuvenis luserat ante modis.”
“Aquele mesmo, ainda rapaz, cantara os ardores de Fílis
e da tenra Amarílis, em versos bucólicos.”
Ovídio, Tristia 2, 537-8
Beethoven por Karl Joseph Stieler - 1820
Tais referências, entretanto, não são uma exclusividade desse professor de Literatura/Música, antes assolam também descontextualizadas e, talvez, com maior freqüência, ao professor de História quando trata desse mesmo período (o século XVIII), propondo culturalmente a relevância das Academias que surgem nesse período, ou ainda, quando observa a Inconfidência Mineira e fala do lema dos inconfidentes: libertas quae sera tamen (liberdade ainda que tardia).
Cara prole dos deuses, grande filho, tu, de Júpiter!
Vê como estão de acordo o mundo de pesada abóboda
E as terras todas, e a extensão do mar, e o céu profundo!
Vê como, com os séculos por vir, tudo se alegra.
A última parte desta vida seja-me tão longa,
Que para te dizer os feitos não me falte o alento!
O trácio Orfeu não poderá vencer-me nestes cantos,
Nem Lino, ainda que a Orfeu a mãe Calíope socorra
E por seu turno a Lino dê assistência o belo Apolo.
Se competir comigo o próprio Pã, por juiz a Arcádia,
Dar-se-á por vencido o próprio Pã, por juiz a Arcádia.
Começa, criança, a conhecer a própria mãe com teu sorriso;
Dez meses retiveram tua mãe em longo enfado.
Começa, criança: aquele que não ri à própria mãe
A mesa não terá de um deus, o leito de uma deusa.”
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Pós-graduação em Letras Clássicas - USP
Confira o Edital: http://www.fflch.usp.br/pos/editais/LetrasClassicaOK.htm
domingo, 10 de agosto de 2008
ATLÂNTIDA - PEQUENA HISTÓRIA DE UM MITO PLATÔNICO
sábado, 9 de agosto de 2008
Site sobre os Jogos Olímpicos na Antigüidade
Lançamento de Livro organizado pelo Prof. Luiz Marques
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Tempo e Idade
“Breves são os dias dos homens ... apenas a eternidade é longa”
A palavra tempo tem origem na palavra “tempus” latina cuja origem é a mesma do verbo “témno” grego que significa fracionar, cortar. Assim o termo que hoje usamos em expressões como “perder e ganhar tempo” ou “tempo da colheita” deveria apenas ser utilizado quando a medida fosse absolutamente mensurada e determinada por um limite fracionado. Sob aspecto estético, poder-se-ia dizer que, por ser o tempo sempre limitado e, portanto, jamais contínuo, ele seria o tempo da poesia lírica, pois aquilo que ela observa sempre é diminuto, afinal ela é expressão do hic et nunc (do aqui e do agora). Por ser o tempo sempre limitado, ele corresponde no plano do conteúdo àquilo que é findável e não perene - efêmero. O tempo, em que se pese aqui o paradoxo, é absolutamente humano. Daí ser tão suscetível à “efusão lírica”.
Dissolveram-se neves, já vergéis retornam
Aos campos e às árvores comas;
Mudam vezes a terra e às margens tornam
Descendentes os regatos
A Graça com Ninfas e com gêmeas irmãs
Ousa nua conduzir coros.
Vida eterna não esperes, ano e hora que rapta
Dia propício advertem.
Frios abrandam com Zéfiros, verão suplanta
Vera até que morto esteja;
Logo outono pomífero trará frutos e
Reviverá inverno sem pomos.
Luas céleres recuperam celestes danos
Quando, então, nós descemos
Onde estão Enéias pai, rico Tulo, Anco
E somos pó e sombra apenas.
Quem sabe se súperos somam ao todo,
De amanhãs um intervalo?
O que terás dado com ânimo amigo,
De ávido herdeiro fugirá.
Quando tiveres morrido e Minos tiver
Feito de ti juízo notável,
Nem estirpe, Torquato, nem fluência, nem
Piedade te darão vida;
Pois nem Diana livra de atroz inferno
Seu casto Hipólito,
Nem Teseu é forte para romper oblívios
Vínculos do caro Pirítoo.
Tradução: Paulo Martins
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Literatura Latina: Historiografia
Aula 1 - Apresentação do Curso
Aula 2 - O Nascimento da História – Tucídides x Homero – O sujeito da Enunciação Histórica
Aula 3 - A História sob a perspectiva de Tito-Lívio
Aula 4 - O Lugar do Historiador
Aula 5 - A História em Roma segundo Quintiliano e Cícero
Aula 6 - A História Antiga (re)visitada pelos modernos: Veyne, Salles, White
Aula 7 - Gêneros Historiográficos em Roma I
Aula 8 - Gêneros Historiográficos em Roma II
Aula 9 - Tipos e Estrutura de Relato e de Narrativa Históricos
Aula 10 - Salústio – A Conjuração de Catilina
Aula 11 - Salústio – A Guerra de Jugurta
Aula 13 - Cícero – Epístola a Luceio – Ad. Fam. 5,12
Aula 14 - As Vidas – Suetônio, Tácito e Plutarco
Aula 15 - Os Comentarii de César
Aula 16 - Res Gestae de Augusto
domingo, 3 de agosto de 2008
Elegia Latina - FLC0257 - FFLCH/USP
Aula 01 – Apresentação do Curso
Aula 02 – Esquema Métrico e Prosódia e Concepções do Gênero: Moderna e Contemporânea
Aula 03 – Fontes primárias 1
Aula 04 – Fontes primárias 2
Aula 05 – Fontes Primárias 3
Aula 06 – Antecedentes Gregos
Aula 07 – Catulo: Os neotéricos e a poética alexandrina
Aula 08 – Cornélio Galo e Antecessores: Calímaco, Euforião. Elegia, Bucólica e Epílio
Aula 09 – Propércio 1
Aula 10 – Propércio 2 – Poética, ética, moral e Augusto
Aula 11 – Ovídio 1 – Metaliguagem
Aula 12 – Ovídio 2 – Epístola e Elegia
Aula 13 – Ovídio 3 – O gênero e o feminino
Aula 14 – Tibulo – Elegia e Idílio
Aula 15 – Tradição Moderna e Contemporânea – Camões, John Donne, Goethe, Drummond e Vinícius
Nova Exposição no Museu Britânico a partir de 13 de Novembro
Babylon will reveal major archaeological finds, such as the city’s vivid lion reliefs and spectacular architecture, shedding light on the ancient city. At the same time the exhibition will explore our own myths and traditions about the city – such as the Tower of Babel and the Hanging Gardens – to uncover their origins and how we know about them.
Babylon’s reputation in all its richness inspired artists and poets as well as explorers and archaeologists. The scope of this exhibition represents something new for the Museum, and allows us to include oil paintings, prints and contemporary art displayed side by side with ancient sculptures and cuneiform texts written on clay tablets.
The exhibition will conclude with Babylon’s reinvention as a state icon and a consideration of its tragic recent history, including its subjection to damage through conflict.
A catalogue and gift book will accompany the exhibition. There will also be a broad programme of related events including lectures, film and storytelling.
Babylon follows related but independent exhibitions in Paris and Berlin organised by the Réunion des Musées Nationaux and the Staatliche Museen zu Berlin. The project is made possible by close scholarly collaboration and many loans between the British Museum, the Musée du Louvre and the Vorderasiatisches Museum, Berlin.
Image caption: Glazed brick relief of a lion from Babylon's Processional Way. Reign of King Nebuchadnezzar II (605–562 BC).
On loan from the musée du Louvre, Paris. © Photo RMN / Franck Raux.