The Ekphráseis of the simulacrum and the effigies
As écfrases do simulacrum e da effigies
As écfrases do simulacrum e da effigies
Prof. Dr. Paulo Martins
For a long time, the rhetorical concept of ekphrasis was limited to the description of works of art. Nowadays, after the works Benediktson (2000), Elsner (2007), Webb (2009), and Rodolpho (2010), it is agreed that ekphrasis can be understood in a broader sense, since it does not operate descriptions only of physical artistic objects (plastic or pictoric: paintings, sculptures, reliefs) but can also be created from something immaterial. This presentation proposes a distinction between ekphrasis of something that has a model in the concrete world (ekphrasis of effigies) from ekphrasis derived from a phantasia (ekphrasis of simulacra). Here, phantasia is observed according to the precepts of Aristotle in the Book III of De Anima, that is to say, as an animic disposition.
When we verify this distinction we can propose that ekphrasis of effigies and of simulacra is a rhetorical procedure that can help us understand generic diversity in Classical Antiquity: discursive, on the one hand, and plastic-pictoric on the other, since it is foung on the frontiers between genres. As an example, we can observe that an ekphrasis which has effigies as a “starting point” is invariably associated with historiographical discourse or with the ancestral masks (res historica) and that which have simulacra is limited to poetic or mythic discourse – religious paintings or plastic objects (res ficta).
Por muito tempo, restringiu-se o conceito retórico de écfrase à descrição da obra de arte. Sabemos hoje, entretanto, após os trabalhos de Benediktson (2000), Elsner (2007), Webb (2009), e Rodolpho (2010), que a questão está posta em espectro mais largo, já que a écfrase não opera obrigatoriamente uma descrição de objeto artístico (plástico ou pictórico: pintura, escultura, relevos), mas também, pode ser construída a partir de algo imaterial . O que se propõe nesse trabalho é uma distinção entre a écfrase que tem como ponto de partida aquilo que existe no mundo concreto como modelo (écfrase das effigies) e aquela que nasce da phantasia (écfrase dos simulacra). Nesse trabalho, a phantasia é observada de acordo com os preceitos de Aristóteles no Livro III do De Anima, isto é, como disposição anímica de quem a constrói.
Ao verificarmos essa distinção, podemos então propor as écfrases das effigies e as dos simulacra na construção de retratos como procedimentos retóricos que nos auxiliam na compreensão da diversidade genérica, de um lado, discursiva e, de outro, plástico-pictórica na Antiguidade Clássica, uma vez que elas se colocam no limite dos gêneros. Como exemplo, sugerimos que a écfrase que nasce das effigies é invariavelmente associada ao discurso historiográfico ou às máscaras ancestrais (res histórica) e aquela que nos é oferecida a partir dos simulacra, está limitada ao discurso poético ou às pinturas ou objetos plásticos mítico-religiosos (res ficta).Palavras-chave: Écfrase, phantasia, effigies, simulacrum, res ficta, res histórica