Este livro trata de um aspecto decisivo na política: investiga as relações entre o que as coisas são e o que as pessoas entendem que as coisas são. Estuda algo fundamental, portanto: a aparência das coisas. Criar uma aparência para uma mensagem política e difundi-la para que possa ser reconhecida é um grande desafio. Seu contrário também é decisivo: se algum fato se reveste de aparência que não se mostra adequada, deve ser rejeitado. Este é o caso proverbial da “mulher de César”. Compreender a política, assim, se liga a estudar as imagens, em decifrar uerba e facta e as distâncias que se colocam entre eles e as aproximações que se podem promover entre esses dois universos. Este livro se dedica a estudar uma particular e marcante articulação de imagens visuais e literárias em torno de um projeto de poder. O autor, Paulo Martins, coletou textos e imagens (preservados em artefatos que estão dispersos pelo mundo afora) e propôs, a partir deles, uma leitura complexa e original deste fenômeno.
Fábio Faversani da Universidade Federal de Ouro Preto
Este livro consiste numa instigante investigação dos discursos imagéticos e textuais, construídos em torno de uma ideia de poder, e cujo intuito é justamente trazer alguma luz que propicie o aclaramento de tais códigos, em especial daqueles destinados a compor, propagar e sustentar a aura de potência, justiça, mérito, e logo, a fides política do princeps Otaviano, ou seja, sua capacidade de persuasão coletiva, que levará seus correligionários e concidadãos a considerá-lo único em seu tempo, a ponto de que ele, com isso, obtivesse uma atmosfera favorável à concentração do poder que caracterizará o projeto do primeiro Principado efetivo, bem como ao ato que levou o Senado a proclamá-lo, estando ele ainda vivo, o primeiro Augustus – o provedor (da pátria) – em 27 a.C.
João Batista Toledo Prado
Da Unesp/FCLAr
João Batista Toledo Prado
Da Unesp/FCLAr