sábado, 24 de janeiro de 2009

Parataxe e Imagines

Título: Parataxe e Imagines
Publicação Prevista para 2009 – Boletim do CPA/UNICAMP

Prof. Dr. Paulo Martins
DLCV/FFLCH/USP

Resumo:

O presente artigo visa a discutir o conceito de parataxe, que foi largamente utilizado por estudiosos da História da Arte e da Literatura para definir a estrutura dispositiva de certas obras da Antigüidade greco-romana. Porém, o termo, sincronicamente tomado, é estranho ao período, configurando certo anacronismo. Seu uso sistemático, assim, nos leva, erradamente, a crer que a parataxe pertence ao vocabulário teórico da poesia, da pintura, da gramática ou da retórica, o que é inconsistente. Contudo, o mesmo uso seria autorizado, se houvesse entre os modernos consenso sobre o significado, o que não ocorre. Dessa forma, se, de um lado, a teorização antiga – gramatical, poética ou retórica – não nos dá a chave do uso e, de outro, a modernidade não colabora com a precisão de sentido, a aplicação do conceito gera dúvidas na hermenêutica do objeto analisado. Nosso intuito, portanto, é delimitar o conceito modernamente e aplicá-lo na observação de algumas imagens da Antigüidade.
Palavras-Chave:
Iconografia; Retórica; Lingüística, Parataxe, Hipotaxe.

Title: Parataxis and Imagines

Abstract:

This paper discusses the concept of parataxis that was widely used by scholars of History of Art and Literature to define the dispositive structure of works of Classical Antiquity. However, “parataxis”, synchronously taken, is unknown at that period, so that it can be considered anachronism. In this way, its systematic use misleads us to believe that the “parataxis” belongs to rhetoric, poetic, grammatical and painting technical vocabulary, is inconsistent. But, its use would be authorized if, among the scholars, were a consensus about the meaning. This does not occur. So, if, on the one hand, ancient theory (grammatical, poetic, panting or rhetoric) does not give us the key for the use and, on the other hand, the modern theory does not help us have to get the precise meaning of the term, the application of concept produces misunderstandings about the hermeneutic of analyzed object. The objective of this paper, hence, is to outline the parataxis modern concept and to apply it in analysis of some Antiquity images.

Key-words:
parataxis; hypotaxis; iconography; rhetoric; linguistics.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Veyne Novamente...

Ontem enviei à Campus Editora o seguinte e-mail via site da editora:

Caros Editores,

É com pesar que venho exigir o envio imediato das notas de rodapé do livro "Império Greco-Romano" de Paul Veyne.

Lembro a V.Sas. que consta do livro em questão a seguinte informação: "as notas estão disponíveis no site www.campus.com.br" o que não ocorre.

Isso de acordo com a lei constitui CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO: Estelionato, artigo 171 do Código Penal Brasileiro, em que está escrito: "obter para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento."

Por outro lado, vale lembrar que a obra em sua versão original com 878 páginas custa 25 euros, contra 61 euros da versão brasileira editada por V.Sas. com 478 páginas!

Caso não seja atendido prontamente, farei a queixa crime e além de pedir o ressarcimento por danos morais. Além de, naturalmente, divulgar junto à comunidade universitária (público-alvo da obra e de grande parte suas publicações) o ocorrido.

Grato

Prof. Dr. Paulo Martins
da Universidade de São Paulo

Até agora...Nada...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Engodo Editorial ou Estelionato Acadêmico ou simplesmente uma vergonha

por Paulo Martins


Paul Veyne é o historiador que melhor trata da Antiguidade. Seus textos são deliciosos, sofisticados, sutis, irônicos, saborosos, precisos, enfim, riquíssimos tanto na forma, como no conteúdo. O historiador francês de 79 anos é um dos principais especialistas em Antigüidade e professor emérito do prestigiado Collège de France, onde lecionou de 1975 a 1998, na cadeira de História de Roma.


Entre os textos de sua vasta obra, temos: Comment on écrit l'histoire : essai d'épistémologie, Le Seuil, 1970; Le pain et le cirque, Le Seuil, 1976; L'inventaire des différences, Le Seuil, 1976; Les Grecs ont-ils cru à leurs mythes ?, Le Seuil, 1983; L'élégie érotique romaine, Le Seuil, 1983; Histoire de la vie privée, vol. I, Le Seuil, 1987; La société romaine, Le Seuil, 1991; Sexe et pouvoir à Rome, Tallandier, 2005 e L'empire gréco-romain, Le Seuil, 2005.


Nós, tupiniquins, entretanto, em língua vernácula, temos acesso direto, salvo engano, a apenas alguns desses escritos. Lembro-me de: O inventário das diferenças; Como se escreve a história; Acreditavam os gregos em seus mitos?; A elegia erótica romana; História da vida privada volume I e O Império greco-romano. É desse último que pretendo tratar.





Esperado por aqueles que se interessam por História Romana com ansiedade, o livro em si, como não poderia deixar de ser, é magnífico. Trata de um mito acadêmico, a separação das cadeiras de Grego e Latim dentro da Universidade Francesa que, natural e obviamente, ab ouo, repercute no Brasil: a distinção e oposição entre Grécia e Roma. Daí, a ficção é desmitificada por Veyne. Vale-se da questão linguistica, das representações e da cultura material que se estendia do Afeganistão à Escócia. Desnuda a dicotomia e, por fim, comprova que Grécia e Roma são verso e obverso da mesma moeda. Assim, o livro vale ser lido.

A questão que se coloca, entretanto, é outra. Não depende da capacidade de Veyne, antes, daqueles que detêm o direito de publicação sobre essa obra no Brasil: a editora Campus, ou melhor, a editora engodo, a editora farsa, ou melhor, bufa, bazófia.

Quando vamos às livrarias, temos a nítida sensação de que estamos sendo ROUBADOS. O livro custa nada menos que R$ 179,00. Mas isso não é nada, afinal estamos diante de um Clássico. Pagamos! O livro é uma brochura com 448 páginas, sendo 20 páginas de "miolo" em papel cuchê leve - leia-se barato-, com imagens monocromáticas (preto e branco). Algo que no máximo valeria R$ 70,00. Mas tudo bem... é Veyne! Após lermos o prólogo elucidativo e um sumário esclarecedor, estamos diante do primeiro capítulo em cujo título há uma nota de pé de página: "As notas de referência desta obra estão disponíveis no site da editora: http://www.campus.com.br/ ". Que loucura! Não estou lendo isso! É engano! Que nada, é verdade!

Vamos, então, ao site da famosa editora francesa Editions du Seuil(http://www.editionsdusueil.fr/) e vemos que a edição francesa tem 878 páginas contra as 448 da nacional/tupiniquim. Mas e o preço!? Que nada, o preço da francesa é 25 euros, contra 61 euros da nacional (supondo o euro a R$ 2,9) com 430 páginas a menos. Contudo o roubo não para aí, as notas que a editora se propõe a dispor, não estão no site. Pobre Veyne! Pobre Brasil! O que fazer?

1) NÃO COMPRAR O LIVRO

2) IR AO PROCON DE SUA CIDADE.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Complementado a lista de pesquisas que irão ser desenvolvidas em 2009 nos Grupos do CNPq, Imagens da Antigüidade Clássica e Elegia Clássica, sob minha orientação, temos:

  1. Melina Rodolpho - "Ékphrasis e Euidentia nas Letras Latinas: doutrina e práxis" - Financiamento CNPq. Dissertação de Mestrado.
  2. Cecília Gonçalves Lopes - "Covenções Literárias nas Elegias de Ovídio" - Financiamento CAPES. Dissertação de Mestrado.
  3. Lya Valéria Grizzo Serignolli - "Imagines Amoris". Iniciação Científica.
  4. Irene Cristina Boschiero - "Imagines poetae". Tese de Doutorado.
  5. Simone Demboski Tonidandel - "A representação feminina e o poder em Roma na Dinastia Júlio- Claudiana". Dissertação de Mestrado.
  6. Denise de Souza Ablas - "Aníbal por Tito-Lívio e a batalha de Cannae". Iniciação Científica.
  7. Henrique Verri Fiebig - "Edição Brasileira da Obra: Die antiken Schriftquellen zur Geschichte der bildenden Künste bei den Griechen de Johannes Adolf Overbeck (1868)". Iniciação Científica.
  8. Cynthia Helena Dibbern - "O éthos de Aníbal em Tito-Lívio: uma imago". Iniciação Científica.
  9. Érica Danzi Lemos - "Remedia Amoris: Tradução, Introdução e Notas". Outra Natureza. (Pré-Projeto de Mestrado)

Confira os Grupos:

Imagens da Antigüidade: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=0067802NX9IQZB

Elegia Clássica: http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=00678023AKW5DM

Confira a descrição dos Projetos de Pesquisa: http://www.fflch.usp.br/dlcv/lc/index_arquivos/Page3283.htm

Balanço de 2008

Entre Dezembro de 2007 e Dezembro de 2008, o blog Letras e Artes foi visitado por:

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34. União Européia, Emirados Árabes, Quênia, Rússia, Suécia, El Salvador, Croácia, Grécia, Áustria, Finlândia, Noruega e Eslovênia: 2
47. Bangladesh, Guatemala, Luxemburgo, Índia, Rep. Tcheca, Tailândia, Dinamarca, Liechtenstein, Namíbia, Cambódia, Argélia, Uruguai, Lituânia, Chipre, Formosa, China, Indonésia e Marrocos: 1

Desde o primeiro dia na rede (Junho de 2007), o Blog já foi visitado por:

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