Tradução Paulo Martins
Em sonhos eu te vi, vida minha, tendo a nau naufragado,
Que nadavas já com as mãos cansadas no Mar Jônio
E que confessavas que tinhas mentido a mim tudo aquilo.
E já não mais podias levantar os cabelos pesados d’água,
Como a agitada Hele por ondas púrpuras,
Ela que carregou o áureo carneiro no suave colo.
Como temi que o forte mar tivesse teu nome,
E o nauta te chorasse, deslizando por tuas águas!
Quais votos fiz, então, a Netuno; quais , então, com seu irmão Cástor,
Quais a ti, agora deusa, Leocótoe.
Mas tu, a custo, erguendo da profundeza as pontas das mãos,
Amiúde meu nome agora chamas a morrer.
Se, pois, Glauco visse teus olhinhos, por acaso,
A menina tu te tornarias do Mar Jônio.
E as Nereidas iriam te censurar por causa da inveja,
A alva Neseia e a cerúlea Cimotóe.
Mas vi um golfinho correr à tua ajuda,
Ele que, acredito, levara antes a lira de Árion.
E agora eu mesmo me preparava para me lançar do penhasco,
Quando o medo dissipou tais visões.
Um comentário:
Olá, Paulo, pela segunda vez venho lhe perturbar um pouco por causa de Propércio. Creio ser uma boa perturbação. Como disse em outro momento, sou amador, portanto não tenho pretensões eruditas na matéria. Traduzi a elegia III,10, para o aniversário de Cíntia. Tradução bem pessoal, inclusive omitindo alguns versos. Propércio apenas por gosto. Se quiser dar uma olhadinha, http://sidneix.blogspot.com
Um abraço
Sidnei Xavier
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