A elegia 2,11de Propércio, associada à 2,12, suscita uma boa hipótese sobre uma possível divisão do segundo livro de elegias.
SCRIBANT de te alii vel sis ignota licebit:
laudet, qui sterili semina ponit humo.
omnia, crede mihi, tecum uno munera lecto
auferet extremi funeris atra dies;
et tua transibit contemnens ossa viator,
nec dicet 'Cinis hic docta puella fuit.'
Outros te lavrem ou pode ser que passes em branco:
Que te louve quem põe sementes em terra estéril.
Teus dons todos, crê-me, o negro dia de tua morte
Irá fulminar em teu último leito.
E um viajor com desdém irá passar por que foi de ti
Não sem dizer: "Esta cinza foi douta menina".
1) É claramente um Epigrama o que nos permite associá-lo a uma sphragís, a uma assinatura.
2) Apresenta um tom de finalização da obra, ao falar que a menina (Cíntia/Livro de Cíntia ou os dois primeiros livros de Propércio) está morta, pois é a douta Cíntia é Cinza.
3) O eu elegíaco descompromete-se da escritura do livro "outros escrevam de ti ou sobre ti".
4) Os dois primeiros livro de Propércio, dedicados ao amor específico por Cíntia, encerra-se lamentosamente, é quase uma nênia.
5) O poema subsequente, isto é, o 2,12 parece generalizar aquilo que foi apresentado pelo poeta como específico nos dois primeiros livros até aqui: o amor por Cíntia e agora: o Amor, deus.
Essa questão será também discutida por mim em Belgrado na International Conference on Greek and Roman Poetics em outubro.
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