Hoje no acervo do MET de Nova Iorque, esta cratera, conhecida como cratera do grupo de Boston 00.348, parece-me bem interessante, por três motivos:
1) Representa aristotelicamente homens como nós, isto é, apesar de o deus Héracles, em escultura, estar sendo retocado e estar figurado no vaso, a atividade comum do artífice é central na pintura vascular.
2) Parece-me também que tal pintura é um caso típico de autoreferência, constituindo, pois, uma linguagem cuja função é metalingüística.
3) Apresenta um dialogismo com outra arte, a escultura. Porém não uma qualquer e, sim, uma específica, ou pelo menos, um escultor Policleto ou Policleito, como pode ser observado, principalmente pela posição das pernas, do torso e braços que imprimem, no final do século 5 e início do 4, mais movimento as formas e será canônica em Praxíteles, Lisipo e Míron:
Column-krater with artist painting a marble statue of Herakles, ca. 350–320 B.C.; Red-figure Greek, South Italian, Apulian. Attributed to the Group of Boston 00.348. Terracotta; H. 20 1/4 in. (51.51 cm). Rogers Fund, 1950 (50.11.4) - MET, Nova Iorque
Doríforo de Policleto - Museus do Vaticano
Apoxyomene de Lisipo - Museus do Vaticano
Hermes com o jovem dionísio de Praxíteles
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