sábado, 2 de julho de 2011

Balanço de "Vertentes da Ékphrasis" - II Colóquio do IAC










Pode-se dividir o evento em dois grandes grupos. Um primeiro composto de pesquisadores, cuja trajetória acadêmico-científica já está consolidada e um segundo, não menos imporante já que é o estágio inicial do primeiro, formado por jovens se debruçaram e emergiram seus esforços na tarefa de produzir uma reflexão madura - ainda que incipiente muita vez - sobre o tema- problema deste colóquio do Grupo de Estudos IAC (Imagens da Antiguidade Clássica): a écfrase ou a ékphrasis.



As apresentações de Adriane Duarte sobre o Íon de Eurípides, da minha própria sobre o pálacio de Alcínoo na Odisseia, de Fábio Faversani sobre a construção dos Anais de Tácito em chave subliminar, de Angélica Chiappetta sobro as artes da memória, de João Adolfo Hansen sobre a apropriação do mecanismo retórico em obra do século XVIII, de Leon Kossovitch sobre a inter-relação do mecanismo e a própria arte plástica da Antiguidade, de Luiz Babolin sobre as écfrases e as imagines de Lorenzo Ghiberti, de Melina Rodolpho que salientou a zona nebulosa que há entre os conceitos de écfrase e evidência, de Norberto Guarinelo que pintou com as mãos de Suetônio, Tácito, Plínio, o Velho e Díon Cásso a figura de Nero quando Jovem, de Tatiana Ribeiro que estabeleceu aproximação entre Heródoto e Luciano de Samósata, de Eduardo Sinkevisque que erigiu um retrato de Luciano nos séculos XVII e XVIII, de Leni Ribeiro que observou a interface da poesia imperial e esse recurso discursivo , de Erika Werner que tratou da écfrase no poema 64 de Catulo e, alfim, a palestra de Henrique Cairus que propôs moldura histórica à nossa discussão, já que propôs distinções entre verdade e realidade, todos esses, mostraram o quão importante é a limitação desse conceito para aqueles que se dedicam às letras e às artes: historiadores, filósofos e letrados, uma vez que apontaram caminhos diversos e relações importantes que intermedeiam o fazer das letras a partir da écfrase.



Quanto aos trabalhos dos pesquisadores de Iniciação Científica e Mestrado faço uma avaliação geral. Os trabalhos que ora estavam ligados à temática específica, ora dela distanciavam-se me pareceram muito bem encaminhados e dignos de louvor. Entrentanto, penso que os trabalhos que contribuiram diretamente na discussão mereçam uma atenção destacada, já que muito além de uma simples compilação de teoria e doutrina modernas e antigas, esses futuros mestrados e mestrandos somaram-se à reflexão vertical realizadas por seus orientadores destaco os trabalhos de Ana Paula do Nascimento (Cartas Chilenas), de Ricardo Zanquetta (Alberti), de Rosângela Amato (Filóstrato), Lya Serignolli (Representação do Cupido), Jasmim Drigo (Figurações de Cáron), Gdalva Maria da Conceição (Júlio César), Simone Todinandel (Figurações de Lívia), Cynthia Dibbern (Anibal em Tito Lívio), Ygor Klain (Tácito) e Caroline Ferreira (A Cortesã em Plauto).



Vale dizer, também, que, apesar de estarem fora da temática central do evento, os trabalhos de Rafael Trindade, de Rafael Calvacanti e de Fábio Mazarella* provocaram excelente impressão junto à assitência de professores e alunos pela seriedade e profundidade observadas em seus textos, advindas seguramente de leituras de apoio e da destreza no manejo de seus objetos de estudo sob a orientação da Prof. Dra. Leni Ribeiro da UFES, os dois primeiros e do Prof. Dr. Henrique Cairus, o último*.


* na postagem de sábado, esqueceu-me o nome de Fábio Mazarella que hoje acrescento.




Olhos da Memória e a anti-écfrase



27 de junho de 2011 - primeiro dia:





Ricardo Zanchetta, Ana Paula G. do Nascimento (FAPESP) e Cyntia H. Dibbern (CAPES)






Henrique Cairus, Leni Ribeiro Leite e Tatiana Oliveira Ribeiro




28 de junho de 2011 - segundo dia:






Simone Tonidandel (CAPES), Rafael T. dos Santos, Rafael C. do Carmo, Fábio Mazarella







Adriane Duarte (PQ) e Erika Werner




29 de junho de 2011 - Terceiro dia:





Paulo Martins, João Adolfo Hansen (PQ), Leon Kossovitch e Luiz Bagolin



30 de junho de 2011 - Quarto dia:







Caroline B. F. Ferreira, Ygor Klain Belchior (CAPES) e Lya Valéria G. Serignolli (FAPESP)






Norberto Lyuiz Guarinello, Fábio Faversani e Eduardo Sinkeviske (CAPES)




1o. de Julho de 2011 - Quinto dia:




Gdalva Maria da Conceição (FFLCH) e Rosângela Santoro Amato (FAPESP) - Falta a foto de Jasmin Drigo (FAPESP)






Melina Rodolpho (CAPES) e Angélica Chiappetta

3 comentários:

rosangela disse...

Penso apenas que precisamos modificar o modelo. Ficou evidente, isto é, foi-nos POSTO DIANTE DOS OLHOS, que não há interesse por parte dos mais graduados - isto é, professores, no que os graduandos e mestrandos têm a dizer - basta observar a frequência na quinta e sexta de manhã.
Creio que a principal razão para um evento como esse seja a troca de informações, opiniões, sugestões, etc...
Portanto, se ninguém se interessa em ouvir alunos, não há motivo para que eles falem. Podemos fazer isso em seminários internos, ou por email, alguma outra forma. Acho embaraçoso, para quem fala e para quem organiza, uma sala com 10 pessoas, sendo a única pessoa graduada o próprio organizador. É claro que todos têm seus compromissos e prioridades - e é por isso mesmo que acho que no futuro devemos pensar muito bem antes de incluir falas de alunos nesses eventos. Eu não recebi qualquer contribuição, nem sequer uma opinião. O mesmo se deu com as outras pessoas de minha mesa (embora eu aqui esteja falando por elas). Tudo bem, era o último dia. Mas então, como vamos fazer? Não vamos mais ter o último dia?? Pela frequência da tarde foi possível perceber que o problema não era o última dia - era o fato de a manhã ser composta de falas de alunos.
Espero que pelo menos se pense no assunto.
Abraços
Rosangela

Paulo Martins disse...

Rô,

O formato deve ser repensado! Creio que eu tenha sido um tanto megalômano, mas continuo achando que os resultados para quem assistiu à maioria das falas ou a todas (como eu), foi excelente. Talvez o modelo LEIR-UFOP seja o mais pertinente, pois que exige compromisso efetivo daqueles que participam, além de abrir a possibilidade de existência de uma platéia comprometida com as questões discutidas e seleta consequentemente.

rosangela disse...

bom, mas agora percebi que só coloquei o lado reclamações....o evento - é claro que foi ótimo, o resultado foi excelente - tivemos falas memoráveis como a de meu próprio orientador, da prof Adriane, do Faversani, do Leon e do Hansen para destacar algumas! E acho que aos poucos vamos acertando a mão, e fazendo o fine-tuning do evento - além disso, é sempre bom ver a troca que ppodemos ter com o pessoal do IEB - sempre que nos encontramos saem discussões excelentes! no dia do Leon e do Bagolin, se o Paulo não tivesse que o buscar o palitinho (pobrezito, que deve quase ter morrido de frio) teríamos saído de lá mais de sete da noite....). Acho que temos que chamar esse pessoal pro papo!!! Sem falar na Angélica, que cada vez que vem é um evento.